Entenda a crise energética da China e descubra como ela impacta o nosso bolso

Foto: REUTERS/Tingshu Wang

A China vem enfrentando nas últimas semanas uma séria crise energética que está causando cortes de energia programados e apagões que começaram atingindo as fábricas de ao menos 20 províncias, e agora já afetam casas e lojas.

O problema começou após o país, que é o maior emissor de gases causadores do efeito estufa do mundo, se comprometer a praticamente neutralizar suas emissões de carbono até 2030. Mas não foi só isso.

A retomada econômica chinesa e mundial está acontecendo de uma forma acelerada e inesperada por boa parte dos governos, gerando um aumento muito grande na demanda por produtos que nem sempre é acompanhada pelas indústrias.

Está complicado? Calma. Para explicar de um jeito bem simples o que está acontecendo por lá, resolvemos escrever esse artigo!

Como começou a crise energética na China

Diante dos esforços globais de redução da emissão de gás carbônico para controle do aquecimento global, a China se comprometeu no ano passado a reduzir 65% das suas emissões de CO2 até 2030.

A meta é bastante ambiciosa e importante no contexto das mudanças climáticas, uma vez que falamos da segunda maior economia do mundo e, também, da que mais polui. Os esforços ambientais na China funcionam como uma espécie de compromisso global que pode melhorar bastante a imagem internacional do país.

Após o anúncio do compromisso, o governo definiu metas de diminuição do consumo energético pela população que devem ser levadas a sério especialmente nas maiores províncias, que têm mais de 100 milhões de habitantes.

Mas o problema que desencadeou a crise energética está um pouco mais embaixo.

O que o carvão tem a ver com isso?

Bom, o “x” da questão é que uma mudança na emissão dos gases poluidores deve necessariamente passar por uma redução grande no consumo de carvão pelas termelétricas chinesas. O combustível fóssil é a base da matriz energética do país, mas é extremamente prejudicial ao meio ambiente.

A consequência da meta anunciada pelo governo em 2020, e reforçada na última cúpula da ONU, foi um endurecimento das regras ambientais na China que levou uma série de mineradoras de carvão a fecharem as portas. Muitas delas já enfrentavam alguns problemas que agravaram ainda mais a situação, como denúncias de corrupção.

O presidente Xi Jinping também afirmou há algumas semanas que o país vai deixar de financiar usinas de carvão no exterior, o que deve gerar mais fechamentos, já que 70% dessas usinas dependem de fundos chineses para funcionar. Por outro lado, a China pretende apoiar financeiramente iniciativas de energia verde, com baixa emissão de carbono.

Somado a isso, a importação de carvão da Austrália pelos chineses, principal exportadora do produto, foi interrompida por problemas geopolíticos, causando um sério problema de abastecimento de carvão para as fábricas chinesas, que ficaram sem ter muito para onde correr.

A economia mundial voltando com força total

O que o governo não esperava ao se comprometer com uma ambiciosa meta de redução na emissão de gás carbônico era que a recuperação econômica pós pandemia fosse acontecer tão rápida e intensamente não apenas na China, mas também em outros países para os quais a China exporta seus produtos.

Com alta demanda, metas de redução do consumo de energia e os problemas no abastecimento de carvão, a cadeia produtiva chinesa começou a entrar em colapso levando diversas indústrias a pararem ou diminuírem a produção por conta do racionamento.

Como estamos falando da maior economia do mundo, toda essa crise energética que acontece por lá acaba impactando muitos outros países, incluindo o Brasil. Até agora, por aqui, um dos principais problemas enfrentados está na importação de fertilizantes químicos da China, que está bem reduzida.

Com menos fertilizante sendo importado, ou sendo importado a preços mais altos, a produção brasileira de alimentos pode diminuir ou ficar mais cara do que é hoje. Na prática, isso significa que os preços vão subir ainda mais nos supermercados e pressionar a inflação, que já anda alta.

Isso sem falar no preço do carvão, que está super alto no mundo todo, já que tem menos carvão sendo produzido e mais fábricas precisando do combustível fóssil para atender essa demanda crescente - que veio após o período mais crítico da pandemia.

E o que vai acontecer agora?

A gente ainda não sabe como as coisas vão se desenrolar por lá, mas o governo chinês tem se esforçado muito para resolver a crise sem precisar mudar suas metas de redução de emissão de CO2, que sabemos nós, são muito necessárias para o controle da crise climática e redução da poluição do planeta.

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