Festival do Barco do Dragão será comemorado entre 16 e 18 junho; China se prepara para as celebrações




Já comentamos por aqui que o ano na China é baseado no calendário lunar, não comentamos? O calendário lunar é referência não apenas para a celebração do Ano Novo Chinês, mas também para os feriados nacionais que seguem pelos meses seguintes.

Neste ano, junho será mês de celebrar o Festival do Barco do Dragão, também chamado de Duān Wǔ ou Tuen Ng Festival. O tradicional feriado chinês é comemorado há 2 mil anos sempre no quinto dia do quinto mês lunar.

Em 2018, a data cai no dia 18 de junho, mas a partir do dia 16 o país já estará em festa! Em todos os cantos do país, os chineses param para assistir às corridas de botes em formato de dragão chinês e comer o Zòngzi, um famoso bolinho de arroz.

O feriado é tão importante que foi incluído na lista de Patrimônio Cultural Intangível da Unesco. Mas, afinal, o que comemora o Festival do Barco do Dragão?


Celebrando a memória de Qū Yuán 


Não há somente uma história sobre a origem do festival, mas a mais popular homenageia o poeta e patriota Qū Yuán, que viveu de 340 a 278 antes de Cristo. Além de intelectual, Qū Yuán foi oficial das forças armadas chinesas, mas acabou exilado no período de guerras da China antiga.

Suas poesias falavam do amor que sentia pelo Estado de Chǔ, onde fica hoje a Província de Húběi, no centro do país. Acredita-se que o poeta tenha contribuído muito para o enriquecimento da cultura nacional.

Quando o Estado de Chǔ foi dominado pelo Estado de Qín, no quinta dia do quinto mês do calendário lunar chinês em 278 a.C. Qū Yuán se jogou no rio MìLuó. Os moradores locais tentaram salvá-lo, mas ele acabou morrendo afogado. Por isso, todos os anos, no quinto dia do quinto mês do calendário lunar, os chineses celebram a memória do poeta e batem tambores para espantar os espíritos ruins.


As corridas de barco de dragão


As famosas corridas de barco em forma de dragão chinês são uma homenagem aos moradores do Estado de Chǔ que tentaram manter os peixes e espíritos maus longe do corpo de Qū Yuán. As corridas acontecem em diversos cantos do país.

Os barcos tradicionais têm o formato de dragão e são pintados em vermelho, amarelo, preto e branco.  O dragão representa a virilidade, o vigor, a fertilidade e o bem. Alguns chineses não participam das competições, mas celebram o festival em seus barcos, usando fantasias.


Zòngzi  (粽子) e vinho de realgar (雄黄酒)


A história conta que os moradores locais também jogaram bolinhos de arroz na água para que os peixes não comessem o corpo de Qū Yuán. Como lembrança, os chineses preparam e comem bolinhos Zòngzi durante as celebrações do Festival do Barco do Dragão.

O tradicional bolinho é feito com arroz glutinoso, em formato de triângulo, e embrulhado em folha de cana. Ele pode ser recheado com alimentos diversos, como carne ou tipos variados de feijão.
Além do bolinho, os chineses costumam beber vinho de realgar para “levar as doenças e maus espíritos para longe”. A bebida é feita de cereais fermentados e, antigamente, era considerada um antídoto para todas as doenças.


Ervas para espantar os maus espíritos

Outra tradição chinesa é preparar sachês com perfume ou ervas medicinais para pendurar no pescoço das crianças, antes do festival. Os chineses acreditam que os sachês protegem do mau e das doenças.

Segundo a tradição, folhas de artemísia e cálamo também têm poder medicinal.

A escritora e poeta Xú Xiǎo Hóng diz que o festival é uma maneira de manter as tradições milenares chinesas e a reverência aos antepassados. “Esta é uma forma de expressar nosso amor ao patriótico poeta Qū Yuán e ao nosso país”.

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