Xiaomi chega ao Brasil com seus famosos celulares bons e baratos
A terceira maior fabricante
de celulares do mundo, avaliada em US$ 56 bilhões na bolsa de Hong Kong,
inaugurou sua primeira loja física no Brasil. A chinesa Xiaomi, que é uma forte
concorrente da Samsung, Huawei e Apple, agora está no Shopping Ibirapuera, na
zona sul de São Paulo.
E engana-se quem pensa que a
loja vende apenas celulares. Além dos aparelhos, os clientes podem comprar
mochilas, fones de ouvido, lâmpadas inteligentes, patinetes elétricos, óculos,
relógios, projetores e até mesmo guarda-chuvas modernos – que abrem e fecham
sozinhos, além de secarem mais rápido que os guarda-chuvas comuns.
Os produtos ficam todos
expostos para quem quiser pegar e conhecer melhor - em um modelo estilo
“degustação”, comum também nas lojas da Apple.
A inauguração da Xiaomi no
Brasil aconteceu no último mês e chamou a atenção de muita gente por aqui,
especialmente por conta dos mega descontos oferecidos pela gigante chinesa.
Os celulares Redmi Note 7 (64GB
+ 4GB de RAM) e o Mi 9 (128GB + 6GB de RAM), por exemplo, já chegaram com valor
30% mais baixo: de R$ 1699 por R$ 1299 e R$ 3999 por R$ 2799 respectivamente.
Para
se ter uma ideia do sucesso, teve brasileiro acampado nas proximidades da loja
por 45 horas – tudo para não perder a chance de garantir seus produtos. Mas não
foram só os descontos que atraíram tantos consumidores, é claro. A Xiaomi tem
fãs pelo mundo todo que acompanham as novidades da empresa ano após ano... No
Brasil, não seria diferente.
A história da Xiaomi
Sem qualquer controle
técnico, até os anos 2000, os celulares baratos fabricados na China eram
conhecidos pela péssima qualidade. Diesel, Meizu e o famoso HiPhone tinham a
fama de superaquecer, explodir ou quebrar com poucos dias de uso.
Quem mudou essa realidade
foi o engenheiro chinês Lei Jun, que decidiu fazer smartphones de boa
qualidade, mas não tão caros quanto modelos da Nokia ou da Apple.
Ele passou 3 anos captando
investimentos e projetando modelos com a ajuda de engenheiros americanos, que
adaptaram os tradicionais celulares da época ao gosto dos chineses – loucos por
interfaces cheias de ícones e múltiplas funcionalidades.
Em 2010, Lei Jun lançou os
aparelhos de alta tecnologia e baixo preço no mercado. Eles tinham tudo: câmera
de alta qualidade, conexão 3G e até ferramentas acessórias como os filtros de
embelezamento - vistos como essenciais pelos chineses.
Todo esse esforço para
conquistar o mercado interno fez a Xiaomi se tornar uma empresa multibilionária
em apenas 3 anos. Foi então que ela decidiu expandir os negócios para outros
territórios, incluindo o Brasil.
Em 2013, a companhia
contratou o brasileiro Hugo Barra, então vice-presidente mundial da Android,
para trazer ao país uma operação de montagem dos aparelhos da Xiaomi. A ideia
foi um fracasso, pois logo em seguida o Brasil mergulhou em recessão e
suspendeu a Medida Provisória que dava incentivos fiscais à fábrica chinesa.
Na Europa, a gigante também
não se deu bem, dessa vez por conta da falta de algumas patentes. Por outro
lado, a Xiaomi já é um grande sucesso no promissor mercado indiano que, para
especialistas, está próximo à China em termos de crescimento econômico e
consumo.
Mas o preço baixo também
custa caro
Como
diz o velho ditado popular, tudo na vida tem seu preço. No caso da Xiaomi, quem
sofre com o baixo custo dos celulares é o lucro da empresa: com cada aparelho
vendido, a companhia lucra em média 5 dólares.
Como estratégia, a companhia
decidiu monetizar o negócio com a venda de serviços digitais, como assinaturas
de streaming de vídeo, música, jogos online e venda de aplicativos por meio da
loja MIStore. Além disso, a chinesa não trabalha com repasse de comissão de
venda ou uma logística muito complexa: a maior parte dos aparelhos é vendido
pelo próprio site, o que também reduz os custos.
Pela lógica, pouco importa
se o consumidor da Xiaomi não troca de celular a cada ano, desde que ele
continue assinando os serviços digitais oferecidos. Interessante, não acham?
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