China é maior responsável pelo reflorestamento do planeta
Eye Ubiquitous/UIG/Getty Images
Imagens recentes captadas
pela Nasa mostraram que a Terra está mais verde hoje do que estava há 20 anos.
O aumento da vegetação em relação aos anos 2000 representa uma área equivalente
à Floresta Amazônica.
O dado é curioso,
especialmente porque ouvimos falar o tempo todo sobre como o desmatamento, ao
menos no Brasil, ainda é muito preocupante. Mas existe uma explicação curiosa por
trás da informação.
China e Índia são as grandes
responsáveis pelo aumento da cobertura verde no planeta. Juntos, os países recuperaram 1/3 de toda a área observada pela Nasa. Segundo a revista
Nature Susteinability, a participação chinesa é ainda maior: 25% do crescimento
da vegetação mundial está na China.
Como a China está deixando o
planeta mais verde?
No território chinês, cerca
de 42% da nova vegetação é resultado de políticas intensas de reflorestamento -
um esforço do governo e da população para reduzir a erosão do solo, melhorar os
índices de poluição do ar e frear as mudanças climáticas.
Outros 32% são reflexo do
aumento de áreas cultivadas, ou seja, plantações de alimentos.
Apesar de ser uma
porcentagem expressiva, os cientistas afirmam que o espaço de cultivo tanto na
China quanto na Índia não cresceu tanto ao longo das últimas décadas, mas o
plantio foi intensificado para atender as demandas de populações cada vez
maiores nos dois países.
App chinês ganha prêmio da
ONU
Um aplicativo chinês, que é
parte dessa luta pelo meio ambiente, venceu o Campeões da Terra 2019, principal
prêmio ambiental oferecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). A
iniciativa Ant Forest, lançada pelo Ant Financial Services Group, do grupo
Alibaba, transforma boas ações de usuários em árvores reais, que são plantadas
em regiões semiáridas da China.
Com meio bilhão de chineses
adeptos, a ideia do app é incentivar as pessoas a terem estilos de vida mais
saudáveis, com menor emissão de CO2 e adoção de hábitos que protejam o planeta.
Para fazer parte da
iniciativa basta baixar o aplicativo e ir registrando as pegadas de baixo
carbono que são deixadas ao longo do dia. Se o usuário usar o transporte
público em vez do carro para se deslocar, por exemplo, pode registrar.
Todas as “pegadas verdes” se
transformam em pontos de “energia verde”. Quando a pessoa acumula um certo
número de pontos, uma árvore é plantada. De agosto de 2016, quando o app foi
lançado, até setembro deste ano, quando aconteceu a premiação, a China ganhou
mais de 122 milhões de novas árvores.
Para incentivar ainda mais
os usuários, a tecnologia também permite que eles vejam suas árvores via
satélite, em tempo real.
Guerra à Poluição
A China, nação considerada a
maior poluidora do planeta, decidiu virar o jogo. Desde 2014, o país tem
implementado políticas sustentáveis que visam reduzir a poluição do ar e da
água, frear as mudanças climáticas, melhorar a qualidade do solo e instituir
melhores hábitos de sustentabilidade – que incluem até a construção das
chamadas “cidades verdes”.
Os esforços têm gerado
resultados. Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, em 1980, apenas 12% do
território chinês era representado por florestas. Em 2018, esse número já havia
crescido para 22,96%.
A cobertura vegetal, entre
outros benefícios, aumenta a absorção de CO2 presente no ar, gás de efeito
estufa liberado especialmente pela queima de combustíveis fósseis, atividades
industriais e pelas queimadas causadas pelo desmatamento de outras áreas
verdes.
Cientistas alertam que os
esforços de reflorestamento são fundamentais, mas devem vir acompanhados de
políticas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Pois se
pensarmos nas emissões e absorções de CO2 como uma conta, seria como se o CO2
fosse emitido “à vista”, enquanto as absorções das florestas são “a prazo”.
Além disso, as florestas
tropicais, como a Amazônia, têm uma capacidade ainda maior de absorção desses
gases do que as florestas temperadas, como as chinesas. Daí a necessidade de
países como Brasil e Indonésia se inspirarem na China e investirem massivamente
em políticas de reflorestamento.
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