Protestos em Hong Kong: se você ainda não entendeu, essa é a hora!
Há 4 meses, o mundo ouve
falar sobre a série de protestos violentos que estão acontecendo em Hong Kong.
Mas você já entendeu por que as manifestações começaram e por que continuam
mesmo após o governo ceder com o projeto de lei que deu início aos atos?
Abaixo, explicamos tudo de uma maneira muito simples.
Qual a relação entre China e Hong Kong?
Hong Kong, que abriga hoje
mais de 7 milhões de pessoas, foi, por 150 anos, uma colônia britânica. Em
1984, os governos da Inglaterra e da China acordaram que em 1997 o local
voltaria a fazer parte do mapa chinês.
Mas esse retorno não seria
assim tão simples. Hong Kong é parte do que os chineses chamam de “um país,
dois sistemas”. Isso significa que o território tem um alto grau de autonomia,
mas, para assuntos estrangeiros e de defesa, precisa seguir as decisões de
Pequim.
Por ser uma região
administrativa especial, o local tem as próprias leis, os próprios representantes
do executivo e parlamento e garante aos cidadãos liberdades individuais que não
são permitidas na China continental. Mas, então, qual o problema?
A insatisfação não vem de agora
Há algum tempo, grupos de
direitos humanos reclamam que o território semiautônomo está, aos poucos,
perdendo sua independência de Pequim.
A gota d’agua para os
protestos foi um projeto de lei proposto pelo parlamento de Hong Kong que
propunha a extradição para a China, Taiwan e Macau de pessoas procuradas pela justiça
dessas localidades. A proposta nasceu após um cidadão de Hong Kong matar a
namorada em Taiwan e depois retornar à região semiautônoma para se refugiar.
Pela legislação atual, esse
suspeito não pode ser enviado a Taiwan para ser julgado pelo crime que
supostamente cometeu. Daí a ideia de fazer um projeto de lei que cobriria essa
brecha jurídica.
Boa parte da população de Hong
Kong não gostou nada da PL, pois acredita que ela possa comprometer a autonomia
jurídica, política e administrativa da região e colocar em risco as liberdades garantidas
aos cidadãos.
Governo de Hong Kong retira o projeto de lei, mas protestos continuam...
Diante do cenário caótico e
violento das manifestações, a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam,
anunciou a retirada definitiva do projeto de lei de extradição para a China. “Precisamos encontrar maneiras de lidar com o
descontentamento da sociedade e procurar soluções”, afirmou ela.
Ainda assim, os atos
continuam. O motivo são novas demandas dos manifestantes que foram se desenhando
ao longo dos últimos 4 meses. Eles afirmam que não sairão das ruas enquanto não
forem atendidos pelo governo.
Os pedidos são:
- Investigação independente sobre a violência policial contra manifestantes;
- Anistia de todos os cerca de 2.300 detidos;
- Que os atos não sejam tratados como “rebelião” – classificação que pode deixar os condenados presos por até 10 anos;
- Eleições diretas para o chefe do Executivo, que atualmente é escolhido por uma comissão de 1200 pessoas.
Carrie Lam disse não estar
disposta a ceder em todos esses pontos, mas criou uma plataforma para analisar
as demandas dos manifestantes. Até agora, os dois lados não chegaram a um
acordo.
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